Fundado em 27 de abril de 1924 Mandacaru é uma terra de muitas histórias | |
Trecho do Texto Original feito por Dona Leopoldina Maria de São José Professora aposentada. Falecida no dia 23 de fevereiro de 1992
“Mandacaru, até o fim de 1923, era um lugar que só existia mato, a margem da estrada que vinha de Uruçu a Gravatá, tinha a casa do Sr. José Batista que hoje é situada na Rua Batista de Souza Lima Nº 34, do outro lado a casa de Nº 87 na Rua Batista de Souza Lima, que foi construída no ano de 1918 por Minervino Correia, para escola dos filhos, porque só havia escola no Sítio Prianas e para crianças pequenas ficava distante, onde hoje é a casa Nº 157 na Rua João Francisco de Lemos tinha a residência de Minervino Correia, na estrada que seguia para Mapirunga tinha uma casinha que foi construída por Manoel Jasmilino para venda, mas não deu certo ele acabou a venda e foi para o Recife, a estrada que vinha de Uruçu à Gravatá onde hoje é a Igreja se dividia em duas.
Uma seguia pelo Sítio Urtigas que o povo chamava estrada de dentro porque era do lado do Sul e a que seguia ao lado da Várzea da Madeira chamavam a estrada de fora, que até hoje conserva-se com estes nomes, onde a estrada se dividia, pela margem direita tinha a casa pertencente ao Sr. José Batista de Souza Lima, conhecido por (José Lú). Onde a estrada se dividi ele construiu uma casa e tinha uma venda, em começo de 1924, Cônego Américo Pita, vindo de Uruçu, parou na casa dele para descansar e falou para ele: “Que lugar bom para se construir uma Capela e um povoado e quem sabe depois passaria a Vila, mais tem uma venda; não é possível,”.
O Sr. José Batista que era muito religioso, disse o Padre quer, pode confiar que será feita, só é demolir esta casa e construir outra junto da minha casa”, o Padre disse: “não precisa demolir a casa é só altear as paredes e fazer atrás o lugar da sacristia, para começo e depois faria uma Igreja”, ele ou outro Padre se encarregaria disso, ele esperava que até se construísse um povoado e que depois passaria a Vila e o povo criariam gosto, juntaram-se a seu Paulino Paz, Seu Néco Paulino, José Batista, João Batista, João Pipiu, Joaquim Pipiu, Minervino Correia, Manuel Ferreira e a mais algumas pessoas, que quizeram ajudar a derrubar o mato a margem da estrada do lado de cima, era um matagal intenso onde existia muito péis de mandacarus, de onde deram o nome da planta ao lugar.
Em pouco tempo estava limpo o lugar, bem tratado, onde é a casa de Nº 47 na Rua Batista de Souza Lima construíram uma barraca grande coberta com folhas de coqueiro, que serviu para botarem café, bebidas no dia da festa da inauguração.
Foi a 27 de abril (Domingo) às 10 horas da manhã que chegou a procissão com a Imagem de SÃO JOSÉ vindo da Cidade de Gravatá à Mandacaru, foi um dia chuvoso, mais o povo estava tão satisfeito que não sentia a chuva. Às 11 horas foi celebrada a Missa, o Padre passou o dia, a noite rezou o terço e fez um belo sermão, sobre São José o Pai adotivo de JESUS CRISTO, esposo de Maria Santíssima. Passou a noite em festa até o amanhecer do dia seguinte, a festa da noite foi animada por dois poetas: Severino Milanês e João Magro, residentes em Riachão. Além de uma bandinha de Pífano; até o Padre assistiu eles cantarem repentes, As primeiras casas construídas: a casa Nº 60 da Rua Batista de Souza Lima construída pelo Sr. Honório Peixoto onde botou loja e miudeza.
O Sr. Moisés construiu outra casa a de Nº 47 na Rua Batista de Souza Lima com dois compartimentos, um para loja e outro para venda, depois o Sr. Manuel Ferreira construiu mais duas casas sendo uma de esquina com a Rua Bela situada na Rua Batista de Souza Lima Nºs. 84 e 88. A 7 de setembro do mesmo ano foi inaugurada a 1ª. Feira, os primeiros marchantes foram: José Bispo, João Bispo e Severino do Egito. Em novembro de 1926 foi inaugurada a estrada de rodagem. Os primeiros proprietários de caminhão foram: Seu Moisés e Francisco da Onça. De automóvel: Antonio Ford e Severino Ford, também Luís de Seu Moisés. Em 10 de maio de 1927 chegou a primeira Professora Pública Dona Elisa Lins de Andrade (Dona Sinhazinha).”
Moradores mais antigos:
Nascido em 29 de junho de 1922, aos 90 anos, com uma saúde de fazer inveja, o Sr. Heleno Bezerra da Silva, é um dos moradores mais antigos do distrito de Mandacaru. O mesmo se orgulha quando fala do distrito e de sua família. Ele é pai de 31 filhos, mas só sobreviveram 18, os demais morreram de causas naturais. 50 netos, 27 bisnetos e 4 tataranetos. “Eu tenho muito orgulho sem saber que doei o terreno para a construção da escola (Escola Intermediária João Paulo I) que fica ao lado de minha casa. Mandacaru é a minha terra”, disse.
Dona Maria da Conceição, é uma senhora muito simpática, que aos 82 anos, sente muito orgulho em morar no distrito: “Mandacaru é um lugar bom de ser morar, aqui, tudo é calmo, tranquilo, eu amo este lugar”.
Dia 27 de abril o povo de Mandacaru comemora 89 anos de fundação, na Igreja São José às 19:30h será realizada a Celebração Eucarística em comemoração ao aniversário do Distrito
|
IGREJA SÃO JOSÉ MANDACARU
Nenhum comentário:
Postar um comentário